Cuidar da saúde exige a prática de exercícios físicos. No entanto, seja dentro ou fora das academias, essa prática exige atenção e o acompanhamento adequado. Praticar exercícios sem nenhuma orientação profissional pode causar diversos problemas ao corpo.
Entre os possíveis problemas está o estiramento muscular, uma lesão frequente, que interfere em treinos e competições e é muito dolorosa. Conheça um pouco mais sobre esta lesão e aprenda se proteger.
Possíveis causas de estiramento muscular
Estiramentos musculares, muitas vezes, são resultado da falta de atenção e preparo do atleta. O uso de técnicas incorretas nos treinos, sobrecarga, fadiga muscular e falta de cuidado com a postura podem causar estiramento. Além disso é essencial se preocupar com problemas físicos já existentes, como amplitude de movimento reduzido ou diferença no comprimento dos membros.
Ainda que todos esses fatores possam resultar em estiramento, ele é causado, mais especificamente, pela contração rápida e explosiva da musculatura.
Alguns grupos musculares estão mais propensos ao estiramento muscular, como:
- posteriores da coxa
- anterior da coxa
- da panturrilha
- musculatura interna da coxa
- junção músculo-tendão (região distal do ventre muscular)
Ainda que estes sejam os mais suscetíveis, é possível causar o estiramento de qualquer músculo do corpo.
Diagnosticando o estiramento muscular
O primeiro sinal que se percebe no estiramento muscular é uma dor súbita, muitas vezes acompanhada de uma sensação de algo estalando. A intensidade da dor costuma variar. Além disso, é comum que o praticante de exercícios sinta desequilíbrio e a interrupção automática do movimento.
Após este momento inicial, é comum experimentar:
- deficiências de flexibilidade
- desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas
- lesões musculares que não melhoram
- distúrbios nutricionais e hormonais
- infecções
- dificuldade de coordenar movimentos
Ainda que estes sintomas iniciais sejam percebidos por qualquer pessoa, o diagnóstico oficial de um estiramento muscular exige a realização de exames clínicos. O profissional médico vai avaliar as queixas de dores localizadas, à contração isométrica e à palpação.
Além disso, vai levar em consideração o histórico médico, resultado dos exames e o condicionamento físico do paciente. É importante que ele observe, também, dados específicos da situação:
- se a lesão ocorreu no começo ou final da prática esportiva
- como foi o aquecimento
- como estava o clima
- conhecer o estado do equilíbrio emocional do atleta
- entender o quanto foi exigido do atleta na competição ou treino.
Esses fatores são de grande influência no tipo de estiramento muscular. Se você se lesionar e perceber que essas informações não foram consideradas é recomendado buscar uma segunda opinião.
É de extrema importância que o estiramento muscular seja tratado o mais rápido possível, evitando sequelas da lesão muscular.
Tipos de estiramento muscular
O tipo de estiramento é importante para o diagnóstico e para adotar o tratamento adequado. Identificar a área lesada do músculo, os sintomas decorrentes do problema, a gravidade e a previsão de sequelas são determinantes.
Existem 3 graus de estiramento muscular, medidos de acordo com as dimensões da lesão:
Grau I
Estiramento que causam lesão em menos de 5% do músculo.
Se caracteriza por uma dor localizada em um ponto específico e que aparece durante a contração muscular, podendo desaparecer em repouso. Pode apresentar edemas, mas eles não costumam ser notados em exames físicos.
Os danos desse grau de estiramento são mínimos, com hemorragia pequena, rápida resolução e limitação funcional leve. Assim, é um grau de estiramento de rápida recuperação das fibras e bom prognóstico.
Grau II
Com lesão que atinge de 5% a 50% do músculo, apresenta os mesmos elementos de lesões de grau I, mas com maior intensidade. Geralmente se caracteriza por:
- dor
- hemorragia moderada
- processo inflamatório local mais perceptível
- maior redução da função muscular.
Apresenta tratamento com duração mais extensa e recuperação mais lenta.
Grau III
Grau mais preocupante do estiramento muscular, costuma representar uma ruptura completa ou muito extensa do músculo, atingindo-o em mais de 50%. Como resultado, há uma grave perda da função muscular e defeito perceptível e palpável.
A dor nesta categoria de estiramento pode variar, indo de moderada a muito intensa, sendo causada, inclusive, pela contração muscular passiva. Além disso, edemas e hemorragias se apresentam de maneira significativa, podendo ser visíveis de acordo com o local lesionado e pele adjacente a ele.
Tratamentos para Estiramento Muscular
O primeiro passo de um tratamento de estiramento muscular é cuidar da fase aguda da lesão, o que só pode ser feito por um médico profissional. As etapas seguintes, mais voltadas para a recuperação, em geral, incluem gelo, repouso, elevação da área lesionada e uso de anti-inflamatórios. É possível utilizar, ainda, ultrassom pulsátil, microcorrentes e lazer.
Uma vez que a musculatura começa a mostrar sinais de recuperação, exercícios físicos, com o acompanhamento de um profissional, são introduzidos. A recuperação do movimento ativo é feita com cargas que não produzam dor. São utilizados, ainda, exercícios de alongamento, auxiliando na recuperação e preparando a musculatura para evitar novas lesões.
O tratamento evolui de acordo com as avaliações diárias de dor, amplitude de movimento e força muscular. O que se busca, sempre, é recuperar o estado do atleta até o ponto em que ele se encontrava antes da lesão, sempre considerando as sensações subjetivas no processos.